quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Até gostava do nosso jogo de olhares. Minhas pernas ficavam bambas quando você me tocava; ficava vermelha com os seus elogios... me arrumava para você, sabia? As pessoas me consideram bela, mas nunca achei que estava sendo suficientemente bonita quando sabia que ia lhe encontrar. Pensei que aguentaria continuar com isso, com você sempre na minha cabeça e nos meus planos. Mas, me desculpa, não posso me manter em cativeiro. Preciso me repelir da infelicidade... Insônia, ensaios no espelho e versos para você? Basta! O sentimento não acabou. Mas eu prometo me controlar.

Maiádila Alice Melo

Maiádila Alice Melo!

Vivo ouvindo os gritos que ficaram internalizados dentro de mim. Embora você tenha sido a minha tristeza, ainda consigo te enxergar como a alegria que eu encontrava quando mais precisava me sentir inteira. Naquele desejo bobo, a minha vida parecia estar preenchida por um entusiasmo dançante e satisfeito. Tudo, para mim, se apresentava com uma leveza e uma doçura viciante... Veja só o que você fez comigo, moço...

Eu sabia que era amor, mesmo não querendo saber que sabia. Por mais que soubesse, dizia que era encantamento, admiração, devoção, paixão... Existe algum sinônimo para o AMOR? Acho que não. Pode até ter, mas nenhum deles surte com mesmo efeito e profundidade de sua significação. Eu considero como mera coragem minha a de persistir te amando. Pode me chamar de boba, sentimental demais ou sei lá o quê... Ás vezes acabo me entregando ao que está distante do possível. Penso que talvez seja missão minha ultrapassar ao que está limitado. Por quê, hein? Sei lá. Vai saber. É que, de fato, não controlo os meus impulsos. Tão atrevidos. Tão insanos. E doidos. E confusos.

Sabe, rapaz? Sabe essas confusões de que falo? É culpa sua! Culpa sua por ter me cativado. Olha só o efeito que causou um olhar. Você, fez em mim, penetrar um encanto. Fiquei aprisionada! Enlouqueci, me alucinei, me iludi, desatinei. Não aguentei. Foi aí que pedi a Deus para que pusesse fim a este sentimento para que, finalmente, eu pudesse fugir com a minha liberdade.

Maiádila Alice Melo!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

dúvidas...

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: 'eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também'. No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.

A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Desconhece a delícia de ass...
istir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.

Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...

Arnaldo Jabor