sexta-feira, 28 de maio de 2010

...

não entendo mais nada
nessa vida loca !

sábado, 22 de maio de 2010

Os 10 mandamentos do chimarrão!

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OS 10 MANDAMENTOS DO CHIMARRÃO!

1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.

2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).

3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.

4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.

5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).

6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.

7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.

8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.

9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.

10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Inconsequência...

Em subito de raiva desdisse oq sinto...
Falei besteiras não entendi gritei,
e hoje lembrando o passado aflito
as besteiras gritadas relembrei...


Amor inconsequente eh a razão
não acreditei em sua verdade
duvidei de tudo e da lealdade
te acusei de atos não feitos, não dei perdão...

por medo de sofrer ti magoei
e mais que nunca sofri sem querer
magoei sem pensar
falei sem saber...

a promessa do para sempre se acabou
a de nunca esquecer permaneceu
mas na vida apenas quem nunca amou,
nunca cometeu besteiras e sofreu...

Desculpe-me por ser inconsequente...
por fazer tudo acabar mal...
por duvidar do amor "da gente"
mil delculpas por esse final...



=p Beatriz

domingo, 16 de maio de 2010

Decida-se

!
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!
!
!
!
!
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!
!
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Queira-me...
ou
deixe-me...
Nada mais de meias palavras
Sorria...
ou
chore...
Chega de soluçar
Venha para mim...
ou
Vá embora...
Basta de ficar parado no caminho
Seja valente...
ou
covarde...
Nada mais de fingir cortesia
Pise na terra...
ou
Levante vôo...
Chega de flutuar
Em minha vida


De.: izilgallu

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ave Maria do Gaúcho!

úcho

O navio negreiro ( V )

(...) "...Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
...Adeus, ó choça do monte,
...Adeus, palmeiras da fonte!...
...Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!..." (...)


_Castro Alves.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ilusão Perdida


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Ilusão Perdida

Florida ilusão que em mim deixaste
a lentidão duma inquietude
vibrando em meu sentir tu juntaste
todos os sonhos da minha juventude.

Depois dum amargor tu afastaste-te,
e a princípio não percebi. Tu partiras
tal como chegaste uma tarde
para alentar meu coração mergulhado

na profundidade dum desencanto.
Depois perfumaste-te com meu pranto,
fiz-te doçura do meu coração,

agora tens aridez de nó,
um novo desencanto, árvore nua
que amanhã se tornará germinação.

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'
Tradução de Albano Martins

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Hoje!


















Hoje existem edifícios mais altos e estradas mais largas, porém temperamentos pequenos e pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, porém desfrutamos menos.
Temos casas maiores, porém famílias menores.
Temos mais compromissos, porém menos tempo.
Temos mais conhecimentos, porém menos discernimento.
Temos mais remédios, porém menos saúde.
Multiplicamos nossos bens, porém reduzimos nossos valores humanos.
Falamos muito, amamos pouco e odiamos demais.
Chegamos à Lua, porém temos problemas para atravessar a rua e conhecer o nosso vizinho.
Conquistamos o espaço exterior, porém não o interior.
Temos dinheiro, porém menos moral....
Há mais liberdade, porém menos alegrias....
Dias em que há dois salários em casa, porém aumentam os divórcios.
Dias de casas mais lindas, porém de lares desfeitos.
Por tudo isso, proponho que de hoje e para sempre...
Não deixes nada “para uma ocasião especial”, porque cada dia que viveres será uma ocasião especial.
Lê mais, senta-te na varanda e admira a paisagem sem te importares com as tempestades.
Passa mais tempo com a tua família e com teus amigos, come a tua comida preferida, visita os lugares que amas.
A vida é uma sucessão de momentos para serem desfrutados, não apenas para sobreviver.
Usa as tuas taças de cristal, não guardes o melhor perfume, é bom usá-lo cada vez que sentires vontade.
As frases “Um destes dias”, “Algum dia”, elimina-as do teu vocabulário.
Escreve aquela carta que pensavas escrever “Um destes dias”.
Diz aos teus familiares e amigos o quanto os amas.
Por isso não proteles nada daquilo que tornaria a tua vida em sorrisos e alegria.
Cada dia, hora e minuto são especiais... e não sabes
se será o último...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mãe...

Mãe...
Não importa cor ou credo...
Rica ou pobre...
Mãe é sempre mãe...

Sempre presente
Na dor,na doença, na alegria,
Em cada momento da nossa vida
Lá está ela já com algo em mente

Mãe querida, amada, sofrida...
Ignora as discriminações da sociedade
Em prol do seu amor e se preciso for
Da a sua própria vida

Esquece-se de si mesma
Por desejar a vitória do filho
E ao vibrar com as vitórias alcançadas
Nem se lembra de seu próprio mérito

Mãe é como uma flor...
É carinho, cuidado, proteção,
Compreensão, doação, perdão...
Mãe resume tudo o que é amor!

Mãe é a própria canção de amor,
Tocada suavemente em nossos corações...

Agradeço a você mãe
Todo o amor por minha vida!

Por: Star (2004)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os Erros

Os Erros

A confusão a fraude os erros cometidos
A transparência perdida — o grito
Que não conseguiu atravessar o opaco
O limiar e o linear perdidos

Deverá tudo passar a ser passado
Como projecto falhado e abandonado
Como papel que se atira ao cesto
Como abismo fracasso não esperança
Ou poderemos enfrentar e superar
Recomeçar a partir da página em branco
Como escrita de poema obstinado?


Sophia de Mello Breyner Andresen,
em "O Nome das Coisas"

Este Inferno de Amar !

Almeida Garrett
Este Inferno de Amar !

Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra; o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… — foi um sonho —
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar…
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Que fez ela? Eu que fiz? — Não no sei
Mas nessa hora a viver comecei…

Folhas Caídas

Por que estou triste?

Por que estou triste?
por Gonçalves de Magalhães.


Ah! não queiras saber por que suspiro;
Por que geme minha alma, como a rola,
Que outro canto não tem senão queixumes,
Com que magoa os ares.

Ah! não me inquiras... Se chegar tu podes,
Ao través de meus olhos, à minha alma,
Verás que o rosto meu assaz explica
O que nela se passa.

Dirás, talvez, que injusto me lastimo;
Qu'inda possuo um pai, qu'inda mãe tenho,
Qu'inda um amigo aperta-me em seus braços,
E proscrito não erro.

Mas que importa tesouros tais possua,
Se gozá-los não posso? Se na ausência,
Da saudade o farpão continuamente
O peito me trespassa?

De gota em gota o matutino rócio
Enche, e pende do lírio o débil cálix,
Que oprimido co'o peso se lacera,
Desbota, e alfim falece.

Uma gota após outra um lago forma,
Novas gotas de chuva o lago aumentam,
Transborda enfim, e dá a um rio origem,
Que nas planícies rola.

Eis de meu coração a fida imagem.
Repetidos pesares pouco a pouco,
Males amontoados desde a infância
A existência me azedam.

Procuro embalde no festim da vida
Um lugar para mim. Se uno meu canto
Ao hino de alegria, a voz me falta,
E o coração suspira.

Oh Ancião de Téos, feliz foste;
Por amores contavas os teus dias!
Dias ditosos! Eu os meus numero
Só pelos meus pesares.

Mal vibravas da lira os fios de ouro,
Para de heróis cantar preclaros feitos,
Em vez de ressoar de Atride o nome,
Amor, dizia a lira.

E eu, oh destino! se de Amor intento
Terno o nome entoar, rebelde a lira
Só suspiros exala, e as cordas gemem
Ao toque de meu dedo.

Suspirar, suspirar... Tal é meu fado!
Por que o céu fez-me assim? Ao céu pergunta,
Por que deu ele ao sol ígneos fulgores,
E palidez à lua?

Enquanto o sabiá doce gorjeia,
Gemem na praia as merencórias ondas;
E ave sinistra, negra esvoaçando,
Agoureira soluça.

Ao lado do cipreste verde-negro,
Desabrocha a corola purpurina
A perfumada rosa; e junto dela
Pende a roxa saudade.

Eleva-se a palmeira suntuosa,
E desdobra nos ares verdes leques,
E perto da raiz, à sombra sua,
Definha humilde arbusto.

Eis da Natura o quadro! Isto harmonia,
Isto beleza, e perfeição se chama!
Eu completo a harmonia da Natura
Co'os meus tristes suspiros.

Vê agora se à lei posso eximir-me
Que a suspirar me obriga?... Oh alma minha,
Arpeja a que possuis, única fibra,
Exala teus suspiros
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Turim, 15 de maio de 1835

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Fernando Pessoa.