sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Que em 2012






Que não nos faltem bons sentimentos.
Que nos falte egoísmo.
Que nos sobre paciência.
Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer.

Que não nos falte esperança.

Que novos amigos cheguem.

Que antigos sejam reencontrados.

Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas.

Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança.

Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha.

Que não nos falte vontade de sorrir.

Que sejamos leves.

Que sejamos livres de preconceitos.

Que nenhum de nós se esqueça da força que possui.

Que não nos falte fé e amor.



[ Caio Fernando Abreu ]

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"...2011 Já Vejo Tudo Com Gosto De Saudades..."




"...2011 Já Vejo Tudo Com Gosto De Saudades..."
...O ano tão esperado... Repleto de desafios, Testes, provas, obstáculos, tantas coisas a fazer, tantas pessoas p agradecer, d realizações tão esperadas...
E em jogo a minha vidinha, minha família, Meus amigos, minhas paixões, Amores e desamores, responsabilidades, a felicidade & a minha personalidade... Tudo a prova!
Como se a vida quisesse ver até onde eu poderia chegar com os mesmos princípios, com a mesma garra e sorriso no rosto...
* Pois Bem Vida, Eu Consegui!
Realizei tds os meus sonhos e objetivos (nossos neah mãe) Mesmo sem as pessoas mais importantes p mim do meu lado! Mesmo q todas as minhas vitórias, todas as minhas conquistas tenham perdido o brilho e se tornado insignificantes no dia seguinte, pois a única pessoa q sempre me aplaudiu não esteve do meu lado nos meus melhores momentos!
Que se tornavam a cada novo amanhecer os mais frustrantes, por não poder te dar aquele abraço mãe e não ver o teu olhinho brilhando junto cmg!
E lá vinham Mais batalhas vencidas, sonhos realizados, todo o novo momento com gosto de ultima vez! O meu ultimo ano na escola, com os amigos o ultimo ano em DIM, meu ultimo ano de festas, de CTG, de quem fizesse algo por mim! A sonhada independência se aproximando pouco-a-pouco com gosto de responsabilidades...
Enfim tudo passou e foi conquistado como tinha que ser, CTG, escola, faculdade, minha mãe de volta e bem, amizade verdadeira que perdurará por muito tempo,
tenho a minha vida de volta, Perfeita como nunca! tudo ao seu tempo, se resolveu de uma forma que até assusta de tão perfeita! Levo de 2011 as melhores e piores lembranças possíveis! E um aprendizado imenso, experiências de vida sem as quais não seria capaz, tudo tem o seu motivo! E tudo foi aproveitado! Sinto-me forte e capaz!
Agora só devo milhares de agradecimentos!
A Deus, q encaixou tudo com maestria, Me dando forças resolvendo um a um os meus problemas, e realizando cada um d meus sonhos mais secretos!
Aos meus pais q mesmo com um milhão d problemas sempre me deram prioridade confiando em mim, mais do q eu mesma confiei! A minha família q me acompanhou em todos os momentos, tds os sorrisos, estresses, dramas e medos! A meus amigos que me ajudaram a viver tudo isso e aos quais devo muitos de meus melhores momentos! A todos aqueles q me apoiaram quando eu mais precisei d um ombro... aqueles q fizeram por mim quando não tive mais forças, q estiveram do meu lado, que fizeram papel de pai e mãe quando os meus não puderam estar presente!
E um Muito Obrigada imenso a todas aquelas pessoas q tentaram me desanimar, me colocar para baixo, insistindo q não daria certo, q eu não poderia, que não seria capaz, pois essas foram as q mais me impulsionaram a lutar com garra! A persistir!
Pois eu sempre amei desafios e quanto mais difícil for a batalha mais saborosa será a vitória!
Determinada!!! ... E que venha 2012!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Querência, Tempo e Ausência




No cartão de procedência,
Pouco importa onde nasci,
Busquei rumo e me perdi,
Querência, minha querência,
Desde então me chamo ausência,
Porque me apartei de ti.
Como cavaleiro andante,
Das léguas que caminhava,
Sempre que me aproximava,
Do sonho correndo adiante,
Mais me sentia distante,
Daquilo que procurava!

Quem vira mundo não para,
Nem tampouco desanima,
Há uma lei que vem de cima,
Na estrada do tapejara:
O tempo que nos separa,
É o que mais nos aproxima,
Quem vira mundo não para,
Nem tampouco desanima...

E nesse andejar em frente,
Sem procurar recompensa,
Fui vendo - na diferença,
Entre passado e presente,
Que a lembrança de um ausente,
Tem mais força que a presença!
Já no final da existência,
Saudade - tempo e distância,
Pra conservar a fragrância,
Da primitiva inocência,
Me tornei canto de ausência,
Querência da minha infância.

Jayme Caetano Braun

sábado, 10 de dezembro de 2011

Somewhere over the rainbow (Tradução)

Em algum lugar além do arco-íris, Lá no alto Há um lugar do qual ouvi falar uma vez, Em uma canção de ninar

Em algum lugar além do arco-íris O céu é azul E os sonhos que você ousa sonhar se realizam de verdade

Um dia vou fazer um desejo para uma estrela Onde as nuvens estão longe longe atrás de mim Onde as nuvens estão bem, bem, bem atrás de mim (e acordar onde as nuvens estão bem atrás de mim)

Todos os meus problemas se derretem como uma gota de limão Onde você ultrapassa o alto das chaminés É lá que você vai me encontrar

Em algum lugar além do arco-íris Passaros azuis voam Se pássaros podem voar sobre o arco-íris Por que, então, por que eu não posso? (pássaros voam alto, por que eu não posso?) Se todos os pequenos pássaros azuis voam (se todo pássaro voa) Sobre o arco-íris, Alguém me diga por que, alguém me diga (se pássaros voam alto, por que eu não posso?) Por que eu não posso?

Goldfinger

Pai e Mãe

PAI, MÃE
Razoes da minha vida, minha força minha inspiração
Luz do meu caminho que me guia e me da direção
Abraço que ampara e acalma o meu coração

PAI, MÃE
Quantas vezes nos momentos de bobeira e de desilusão
Não ouvi os seus conselhos e por isso eu me vi sem chão
Todo mundo dando as costas e vocês me estendendo a mão

PAI, MÃE
Queria lhes dizer o que eu sinto aqui dentro de mim
Sentimento puro e verdadeiro de um amor sem fim
Resumindo PAI E MÃE TE AMO e vai ser sempre assim

PAI E MÃE, vocês são as batidas do meu coração
A letra a melodia da minha canção
A força que alimenta a minha inspiração
PAI E MÃE, com vocês e já sorri e chorei de emoção
Aprendi que a perdoando é que se tem perdão
Por amor e que eu faço essa declaração
PAI E MÃE





PAI, MÃE
Queria lhes dizer o que eu sinto aqui dentro de mim
Sentimento puro e verdadeiro de um amor sem fim
Resumindo PAI E MÃE TE AMO e vai ser sempre assim

PAI E MÃE, vocês são as batidas do meu coração
A letra a melodia da minha canção
A força que alimenta a minha inspiração
PAI E MÃE, com vocês e já sorri e chorei de emoção
Aprendi que a perdoando é que se tem perdão
Por amor e que eu faço essa declaração
PAI E MÃE


[Michel Teló]

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sonhada Querência


Queria que, de repente, tudo fosse diferente,


da vida que tenho aqui, da cidade ir me embora,



Viver a vida de outrora, dos meus tempos de guri..






Queria que a minha casa fosse um ranchito campeiro,



Amigos, gente chegando,E no fogão , um braseiro,



A carne gorda pingando, na festança do assado,



E a gaita velha tocando um chote bem compassado..






Que os espigões que nos cercam,



Fossem Umbus p'ro aconchego



Dos gaudérios assoleados,descansando nos pelegos,






Que buzinas, telefones, ruídos que nos consomem,



Martirizando a existencia,



Fossem passaros cantores, nativos,



anunciadores de uma sonhada querencia,






Queria que, de repente, tudo fosse diferente,



da vida que tenho aqui,



Da cidade ir-me embora, viver a vida de outrora,



dos meus tempos de guri.






A cambona no costado, do forte calor do fogo,



no terreiro o eterno jogo do sol nascendo e se pondo...



De mão em mão o porongo, no apojo do mate amargo..



Um cusco junto comigo,



Olfateando p/ churrasco...



Ouvindo o bater dos cascos, de alguém que ao longe se vai...



Pisando o treval maduro, das barrancas do Uruguay ..






Queria que, de repente, tudo fosse diferente,



Da vida que tenho aqui, da cidade ir-me embora,Viver a vida de outrora, dos meus tempos de guri ...


Caco Coelho
gentileza de Beto Coelho

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Um Pito - Wilson Paim















Olha, guri, repara o que estás fazendo.
Depois que fores, é difícil de voltar.
Aceite um pito e continuas remoendo
teu sonho moço deste rancho abandonar.

Olha, guri, lá no povo é diferente
e certamente faltará o que tens aqui.
Eu só te peço, não esqueças de tua gente.
De vez em quando, manda uma carta, guri.

Se vais embora, por favor não te detenhas.
Sigas em frente e não olhes para trás.
E assim não vais ver a lágrima insistente
que molha orosto do teu velho, meu rapaz.

Se vais embora, por favor não te detenhas.
Sigas em frente e não olhes para trás.
E assim não vais ver a lágrima insistente
que molha o rosto do teu velho, meu rapaz.

Olha guri pra tua mãe, cabelos brancos
e pra esse velho que te fala sem gritar.
Pesa teus planos, eu quero que sejas franco.
Se acaso fores, pega o zaino pra enfrenar.


Olha guri, leva uns cobres de reserva,
pega uma erva pra cevar teu chimarrão
e leva um charque para ver se tu conservas
uma pontinha de amor por este chão.

Se vais embora, por favor não te detenhas.
Sigas em frente e não olhes para trás.
E assim não vais ver a lágrima insistente
que molha o rosto do teu velho, meu rapaz.

Se vais embora, por favor não te detenhas.
Sigas emfrente e não olhes para trás.
E assim não vais ver a lágrima insistente
que molha o rosto do teu velho, meu rapaz

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Karine Beatriz !

Aquela menina Que chora de raiva, dor, medo & saudades
Que ri por indignação, deboche, medo, felicidade...
Ou simplesmente por estar de
Bom ou malll humor
Que
Luta Pelo O que Quer
!
Que Não Consegue segurar lagrimas & risos
Que acha Belo o inusitado ou estranho!
Apaixonada Pelo Impossível
Que Não suporta desafios e bem por isso os Ama
Para quem a Família é o Bem maior!
E que sem eles fica sem chão
Quem Não vive sem os amigos verdadeiros...
Que Não suporta hipocrisia!
Quem Traz por trás da mente
As melhores & piores lembranças
* Onde a saudade se torna maior que tudo
Saudades Da infância interrompida...

Da Família reunida ...
Dos Momentos Perfeitos...
Dos Sonhos realizáveis & simples
Que se transformaram em dragões de 7 cabeças
Aquela que nunca Corta o cordão umbilical
Com lugares e pessoas realmente importantes
Inconstante
Eternamente Interminável !
Aquela Que Se Reinventa todos os Dias!

domingo, 13 de novembro de 2011

Meu Rumo...




MEU RUMO...
São marcar, fragmentos de amor,
Estas cicatrizes no flanco do meu peito.
O bate casco solitário do meu pingo,
Na estrada sem fim desta saudade.
Levando na garupa, peçuelos cheios,
De lembranças...
Onde o sonho, misturou-se com a realidade,
Buscando a tapera tão sonhada.
Que, dentro de mim, continua lá,
Numa toalha verde de coxilha,
Onde o sol se espeta nas flexilhas
E a primavera vem bordar matizes.
Sim, hoje é tapera...
Onde foi morada.
Um rancho simples onde as estrelas,
Brincavam a noite inteira.
E, a lua branca. Tão faceira
Se debruçava entre o arvoredo
A descobrir segredos.
E o minuano soprando nas quinchas do galpão
Se juntava ao bordoneio da guitarra.
Nas charlas galponeiras,
Que, para mim foi oração,
O ritual do mate amargo como num gesto de carinho.
A dizer... seja bem vindo.
Meu irmão. Minha tapera.
Onde vivi a parte melhor da minha vida.
Meu santuário de paz.
A cacimba de água pura, onde me debruçava,
Para beber um pedaço do céu.
Na concha das mãos.
E, aquele pé de angico, que cresceu comigo.
A oferta-me à sombra como abrigo,
Nos meus brinquedos de piá.
O tempo passou... Eu cresci...E, Parti.
Somente tu, continua lá,
Braços abertos, como a vigiar,
Minha tapera, na eterna espera.
De quem não vai voltar.
No flete nas lembranças, me vejo criança...
Nas margens do rio, mas restam somente,
As minhas pegadas. E, um imenso vazio.
Os ecos ecoam...Acordam silêncios...
Pedaços de risos...
Que o tempo engoliu.
A velha porteira, onde a poeira,
Adormeceu silente,
Na sanga os aguapés sem nem uma flor.
Numa estiagem de ausência,
Adormecida nos braços da querência.
Embriagada pela imensidão,
Cenário sublime dos meus sonhos,
Num dourado de lembranças,
Que guardei em mim.
Por onde andará meu gado de osso,
Minha boleadeira de sabugo,
Que naquele faz de conta, era meu mundo.
Um petiço manso, laço de embira...
De piazito no meu tempo,
De infância livre e feliz.
Nem vi que a vida passava, e,
Agora me dando conta,
Do mundo do faz-de-conta...
Há uma distância sem fim
Pra o mundo em que vivo agora.
Mas... Não quero que vá embora,
Este piá que mora em mim.
Eu quero seguir sonhando,
Com minha velha morada,
Neste retovo de afagos,
Que minha alma acalenta.
Eu seguirei camperiando,
No lombo desta saudade.
Pois tive a felicidade,
De nascer neste rincão.
No poncho dos meus anseios,
Vivo parando rodeios...
Embalando a solidão.
Golopo potros de vento...
Na névoa do pensamento,
Vejo meu velho galpão.
E, na vertente dos olhos.
Rebrotam pingos de mágoas,
Que sofrenando,calado
Buscando em vão o passado
Que não voltará... Jamais...
Ouço a voz do meu passado,
No memorial das lembranças.
Imagens... Reminiscência...
Que tão vivas se refletem,
No espelho da alma... No olhar.
Mostrando a dura verdade,
Em mil poemas de saudade.
Que o dia a dia escreveu,
Batendo marca na estrada,
Sigo beijando o sereno...
Nos lábios da madrugada,
O mundo... Não mudou nada.
Quem mudou mesmo...Foi EU.
(Jurema Chaves)

...Eu sou a prenda gaúcha...

Um rosto bonito, sorriso bendito, um vestido de rendas
Que faz o luar acender no olhar tão lindo das prendas
Bendita querência que guarda na essência, carinho e paixão
Pois a prenda é a flor na aguada do amor, pra todo peão!!
Sou simples assim, mas trago em mim, a beleza e encanto
Sou o verso, a canção, verdade, ilusão e as rimas de um canto...
Mas gaúcha também, pois eu quero bem o Rio Grande dos meus
Ser prenda, pra gente, é mais que um presente, é “regalo” de Deus!!
Nos caminhos de agora, os valores de outrora vão sempre atuais
A luz da verdade, justiça, humildade, em lições fraternais
O povo resiste à maldade que existe, venha o que vier
Aprendendo a amar, no Rio Grande que é lar da prenda... mulher!!
Se o mundo dá voltas, um gesto conforta, no colo que é dela
Não há desalentos, quando o sentimento se entrega pra ela...
Assim, o meu peito acomoda com jeito, o amor que ela traz
Minha alma serena, nos braços da prenda, encontra sua paz...
Sou meiga no amor, mas com destemor, persigo meus planos
Que a gaúcha linhagem me traz a coragem, no cotidiano
Quero a justiça vencendo a cobiça, amizade em levante
Guardando no peito, carinho e respeito pelo Rio Grande!!

Rômulo Chaves

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Prenda...




Quando me vesti de prenda,
Com aquela flor no cabelo,
Fui correndo para o espelho,
Só para ver o suscedido...
Nem bem pude contemplar-me
Tive logo a sensação,
Que trazia o meu Rio Grande
Na armação do meu vestido.

Eu vi, em meu sapato,
O mesmo da Cinderela
E nas rendas a paisagem
Dos campos da minha terra...
O tom de rosa-laranja
Reproduzia as auroras,
Perfazendo longa viagem,
Surgindo por trás da serra.

Nos meus cabelos compridos
Eu vi a forma de um rancho,
Coberto de santa-fé...
Nos meus olhos, duas fontes,
Carregadas de emoção,
Brilhando mais que as estrelas.
Percebi que eles seriam
Janelas pra o coração,
Mas que guardavam momentos
De pura contemplação.

Tudo o que vi, pelo espelho,
Denominei de querência...
Era eu que renascia
Na paisagem de mim mesma...
E o amor, que florescia,
Nesse doce encantamento,
De ser parte da cultura,
Marcou tanto aquele dia.

Eu nunca mais fui a mesma,
Dentro deste meu vestido!
Trago a querência na alma,
Um canto de cancioneiro,
Que fala da minha terra
E o coração sarandeando,
Num grande sarau de prendas.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aurora Da Vida


Eu sinto tanta saudade
Da aurora da minha vida,
De uma casinha escondida,
Entre as sombras do quintal,
Num recanto divinal
Onde brotava a esperança
Num coração de criança
Amando o berço natal.



Em um mundo de ternura,
Um sublime encantamento
Eu vivi cada momento,
Amando como ninguém;
Na verde pampa sulina
Cresceu então a menina
Pois só dá amor quem tem.



E quando a tarde morria
Sobre o verde da colina,
Minha mãe, formosa china
Preparava o chimarrão;
E eu abria o portão
Para o papai que chegava.
Lembro... que os dois se abraçavam
E mateavam no galpão.



E lá, entre um mate e outro,
A prosa ia correndo.
Depois, eu vinha trazendo,
Pra o papai o violão...
A cuia, então, descansava,
Enquanto ele dedilhava
Aquelas cordas plangentes;
E aquele cantar dolente
Ficou no meu coração.



Algumas frases bonitas,
Formando um canto da amor,
Que meu pai, um trovador,
Cantava, dizendo a ela;
E brilhava no rosto dela
O mais terno dos sorrisos.
E naquele paraíso,
A fé e o amor existiam
Numa canção que eu ouvia,
Tornando a vida mais bela.



Minha mãe era tão meiga,
Tão simples e delicada,
Como o romper da alvorada
Despertando a natureza;
Que o luar... - tenho certeza -
Invejava aqueles dois,
Que cantavam com ternura
Um amor todo doçura.
Mas, sempre tem o depois!



E o depois foi tão tristonho,
Tudo mudou de repente.
O destino, certamente,
Escreveu em algum lugar
Que tudo iria mudar,
Se quebraria o encanto;
E tudo que amei tanto
Se foi, como vão as águas,
Transformando em tristes mágoas
A imensa dor do meu pranto.



Eu me vi sendo arrastada
Pelo turbilhão da vida;
A mais triste despedida
E um vazio que foi ficando.
Acordo, às vezes, chorando,
Sonhando com o passado;
Vejo meus pais abraçados,
Na varanda conversando
Com os meus irmãos brincando
Naquele mundo encantado!



Tudo era tão bonito,
Que ao lembrar, meu pranto cai.
Ali eu tinha meu pai,
Com um violão nos braços,
Cantando cada pedaço
Do meu universo em flor,
Numa voz cheia de amor,
Que, hoje, canta no espaço.



Mas, nem a morte conseguiu
Separar tão grande amor;
Partindo para o esplendor
Do jardim da santidade.
E, na dor da minha saudade,
Imagino dois beija-flores
Sorvendo mates de amores
No galpão da eternidade.



Ao sentir a nostalgia,
Que traz o entardecer,
Que bom seria poder
Voltar aos tempos de outrora;
E ter no romper da aurora
A família reunida,
Ver a minha mãe querida
Cavando a cuia pra o mate.
Lembrando, a saudade bate
E embarga a voz, comovida.



Pois a vida é tão bonita
Quando a gente tem os pais,
Para aliviar nossos aís
E nos cobrir de carinhos.
Hoje só, nesse caminho,
Peço a Deus, nosso Senhor,
Cobrir com um manto de amor
Os meus queridos paizinhos.



Erguendo os olhos ao céu
Peço a Deus, lá no infinito,
Pra aquele amor tão bonito
Reinar na glória divina;
Os pais daquela menina,
Que aqui dentro ainda mora.
Se às vezes meu riso chora
É por culpa da lembrança,
Que traz de volta a criança,
Que o tempo levou embora!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011



Tapei o chapéu na testa,
   pra ver melhor as imagens...
   Sou gaúcha campeira por devoção!
   Sou filha da tradição...
   mulher gaúcha acima de tudo,
   que tráz dentro do peito
   com todo amor e respeito,
   a gloriosa tradição,
   de quem laça e monta a cavalo...
   de quem valoriza os rodeios,
   as lidas de campo, os bailes de rancho.
   E tenho certeza de uma coisa,
   continuarei amando sobre todas as coisas!

   Gaúcha é sempre gaúcha,
   em qualquer parte que ande...
   embora que o mundo desande
   que acabe ou desapareça
   ela morre voltando a cabeça,
   em direção do Rio Grande...




Misto de diaba e de Santa

   Com ares de quem é dona!
"... Mas penso que não me engano!
   Bendita china gaúcha,
   que és a rainha do pampa...
   e tem na divina estampa,
   um que de nobre e altivo...
   és perfume, és lenitivo,
   que nos encanta e suaviza...
   e num minuto escraviza,
   o taura mais primitivo!

   Teus feitiços de madona,
   já manearam muito cuera...
   e o teu andar de pantera,
   retovado de malícia...
   nesta querência patrícia,
   fez muito rancho tapera..."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

QUANDO FALO EM TRADIÇÃO








QUANDO FALO EM TRADIÇÃO

Sou pequeno e fico grande,
Quando Falo em Tradição.
A imagem do meu rincão
Eu guardo aqui no meu peito.
Minha alma chora contigo,
Quando vejo a Sociedade,
Apresilhar a vaidade,
No murão do preconceito.

Quem me dera se pudesse
Abraçar todo o meu Pago
E banhá-lo, assim, de afagos
Com a água do meu pranto.
Quando o vejo maltratado
Pela hipocrisia humana.
É como acabar em chamas
Os sonhos dos meus encantos.

Mas, eu falo em gauchismo
E a mágoa desaparece.
O meu Rio Grande merece
Muito mais dedicação.
Ouço o bordonear da viola,
Como a derramar canções,
É a voz triste das Missões
Reclamando Tradição.

E, assim, ajoelhado,
Como fez Virgem Maria,
Eu rezo para que um dia
O mundo seja mais cristão;
Os gaúchos, mais gaúchos;
Os sentimentos, mais puros.
Assim, eu vejo o futuro,
QUANDO FALO EM TRADIÇÃO.

E, quando evoco Maria,
Encontro, também, seu filho;
Aquele Santo Caudilho
Lutando contra o pecado.
Por isso, vibra meu ser
Contra a rude prepotência,
Que desposou minha Querência
Das virtudes do passado.

Albery Petry

O sol ainda brilha




O sol ainda brilha

Esqueça o que aconteceu ontem;
As coisas más nós devemos apagar para sempre.
Nós devemos apenas retirar
As experiências devidas
É assim que tem que ser a vida...
Não chores menina;
Se o ontem não foi bom
Estejas feliz pelo simples fato
Você acordou hoje
E viu que o sol ainda brilha.
É verdade Princesa o sol ainda brilha.
Apesar de tudo, o sol ainda brilha;
Parece de braços abertos
Nos chamando pra vida.
Por piores dias que tenhamos
Lembre-se sempre de agradecer
Pelo simples fato de amanhecer
E no céu poder ver
Que o sol ainda brilha,
Apesar de toda a chuva
Apesar da noite escura
O sol ainda brilha....

Edson Satler

Me traduz...



Sonhadora, Inconstante, emotiva, sensível, intuitiva e teimosamente realista.
Tenho uma doce calma que convive com a minha eterna raiva.
Sou completamente lúcida com os meus momentos de loucura.
Sou totalmente decidida, mas em alguns momentos eu não tenho certeza disso.
Tenho uma incrível inteligência que ultrapassa todas as minhas dificuldades.
Tenho uma excelente memória que só lembra o que é conveniente lembrar.
Gosto do azedo, mas não resisto ao adocicado.
Sofro intensamente, mas supero depois de dois dias.
Amo e odeio.
Choro no mesmo momento que acho graça.
Sou uma garota que gosta de ficar sozinha sem ser anti-social.
Sou uma pessoa que pensa pro si só mas que considera a opinião alheia em algumas situações.
Sou seletiva e um pouco simpática.
Sou música e ouvinte.
Sou leitora e escritora.
Sou uma antítese.
Sou um verbo. Tenho várias hipérboles. Adoro uma ironia.
Sou um substantivo com vários adjetivos.
Não sou um idioma. Eu sou humana.

(autor desconhecido)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. "Vou mandar levantar outra parede..." - Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! Augusto dos Anjos

Versos Íntimos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera -

Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

Caio Fernando Abreu

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto. Caio Fernado Abreu

domingo, 20 de março de 2011


Poema Dos Olhos Da Amada


Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe dos breus...
Ó minha amada
Que olhos os teus
Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus...
Ó minha amada
Que olhos os teus
Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas era
Nos olhos teus.
Ah, minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.


Vinícius de Morais

sábado, 19 de março de 2011

Mar Português



Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011




Não sei se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita.

Alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja curta,
nem longa demais
mas que seja intensa
verdadeira, pura ...
Enquanto durar




Clarice Lispector

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.

Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.

Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.


Clarice Lispector
Fala

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será.
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade)

Orides Fontela

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aprendizado


Aprendizado

Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.


Ferreira Gullar

Chico Xavier


"Que eu continue com vontade de viver,
mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos,
uma lição difícil de ser aprendida.
Que eu permaneça com vontade de ter grandes amigos,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
eles vão indo embora de nossas vidas.
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas,
mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver,
sentir, entender ou utilizar essa ajuda.
Que eu mantenha meu equilíbrio,
mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo
escurecem os meus olhos.
Que eu realimente a minha garra,
mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes
tão fortes quanto o sucesso e a alegria.
Que eu atenda sempre mais à minha intuição,
que sinaliza o que de mais autêntico eu possuo.
Que eu pratique mais o sentimento de justiça,
mesmo em meio à turbulência dos interesses.
Que eu manifeste amor por minha família,
mesmo sabendo que ela muitas vezes
me exige muito para manter sua harmonia.
E, acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós
fazemos parte dessa maravilhosa teia chamada vida,
criada por alguém bem superior a todos nós!
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos
de alguns e, sim, nas pequenas parcelas cotidianas
de todos nós! "

Chico Xavier