quinta-feira, 21 de abril de 2011

QUANDO FALO EM TRADIÇÃO








QUANDO FALO EM TRADIÇÃO

Sou pequeno e fico grande,
Quando Falo em Tradição.
A imagem do meu rincão
Eu guardo aqui no meu peito.
Minha alma chora contigo,
Quando vejo a Sociedade,
Apresilhar a vaidade,
No murão do preconceito.

Quem me dera se pudesse
Abraçar todo o meu Pago
E banhá-lo, assim, de afagos
Com a água do meu pranto.
Quando o vejo maltratado
Pela hipocrisia humana.
É como acabar em chamas
Os sonhos dos meus encantos.

Mas, eu falo em gauchismo
E a mágoa desaparece.
O meu Rio Grande merece
Muito mais dedicação.
Ouço o bordonear da viola,
Como a derramar canções,
É a voz triste das Missões
Reclamando Tradição.

E, assim, ajoelhado,
Como fez Virgem Maria,
Eu rezo para que um dia
O mundo seja mais cristão;
Os gaúchos, mais gaúchos;
Os sentimentos, mais puros.
Assim, eu vejo o futuro,
QUANDO FALO EM TRADIÇÃO.

E, quando evoco Maria,
Encontro, também, seu filho;
Aquele Santo Caudilho
Lutando contra o pecado.
Por isso, vibra meu ser
Contra a rude prepotência,
Que desposou minha Querência
Das virtudes do passado.

Albery Petry

O sol ainda brilha




O sol ainda brilha

Esqueça o que aconteceu ontem;
As coisas más nós devemos apagar para sempre.
Nós devemos apenas retirar
As experiências devidas
É assim que tem que ser a vida...
Não chores menina;
Se o ontem não foi bom
Estejas feliz pelo simples fato
Você acordou hoje
E viu que o sol ainda brilha.
É verdade Princesa o sol ainda brilha.
Apesar de tudo, o sol ainda brilha;
Parece de braços abertos
Nos chamando pra vida.
Por piores dias que tenhamos
Lembre-se sempre de agradecer
Pelo simples fato de amanhecer
E no céu poder ver
Que o sol ainda brilha,
Apesar de toda a chuva
Apesar da noite escura
O sol ainda brilha....

Edson Satler

Me traduz...



Sonhadora, Inconstante, emotiva, sensível, intuitiva e teimosamente realista.
Tenho uma doce calma que convive com a minha eterna raiva.
Sou completamente lúcida com os meus momentos de loucura.
Sou totalmente decidida, mas em alguns momentos eu não tenho certeza disso.
Tenho uma incrível inteligência que ultrapassa todas as minhas dificuldades.
Tenho uma excelente memória que só lembra o que é conveniente lembrar.
Gosto do azedo, mas não resisto ao adocicado.
Sofro intensamente, mas supero depois de dois dias.
Amo e odeio.
Choro no mesmo momento que acho graça.
Sou uma garota que gosta de ficar sozinha sem ser anti-social.
Sou uma pessoa que pensa pro si só mas que considera a opinião alheia em algumas situações.
Sou seletiva e um pouco simpática.
Sou música e ouvinte.
Sou leitora e escritora.
Sou uma antítese.
Sou um verbo. Tenho várias hipérboles. Adoro uma ironia.
Sou um substantivo com vários adjetivos.
Não sou um idioma. Eu sou humana.

(autor desconhecido)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. "Vou mandar levantar outra parede..." - Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! Augusto dos Anjos

Versos Íntimos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera -

Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

Caio Fernando Abreu

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto. Caio Fernado Abreu